As aventuras do Linito/Tragédia no Rossio de Vale de Vaz
As aventuras do Linito.
Tragédia no Rossio de Vale de Vaz
Corria por aí o ano de 1951 ou 52 e o Linito como de costume foi com a Alice para o Rossio de Vale de Vaz para andar por ali enquanto ela lavava a roupa no barroco que corria pelo meio do largo.
Havia uma pequena ponte com cerca de um metro de largura e dois de altura que tinha como resguardo dois pilaretes e um varão de ferro.
- Sai daí Linito, dizia Maria Augusta, que nesse momento lavava a roupa na levada em conjunto com a Alice e a Carmina, ainda vens cá parar abaixo.
O Linito queria lá saber, nos seu quatro ou cinco anos, empoleirado no ferro, balançava para trás e para diante, entretido com a chiadeira que o ferro já curvo fazia.
- Sai daí Linito, dizia a Carmina, olha que tu cais para a água e constipas-te.
Pois sim, é o sais.
Vai que não vai, mais meia dúzia de balanços e o Linito, catrapuz com as costas no barroco.
Grande choradeira como seria de esperar, a Maria Augusta despiu-o todo, enrolou-o numa toalha e lá foi carregada com ele ao colo levá-lo a casa, distante dali uns duzentos ou trezentos metros já que a Alice teve de largar a lavagem da roupa e regressar também a casa com o alguidar da roupa, metade lavada e metade suja.
Mias ou menos pelo mês de março a água ainda corria fria vinda das encostas do Azarve, Valeiro das Hortas e Vale de Viegas, mas o Linito acho que não se constipou com o banho forçado.
Lembras-te Alice?
E depois a crianças de hoje é que são traquinas!...