Berardo e Companhia
Ele não tem a culpa sozinho.
Ele serviu-se de um sistema próprio que facilita a vida a quem tem muito.
Ele chegou a Portugal e toda a gente lhe caiu aos pés.
Foram as televisões, foi a banca, foi o poder politico, foi a conjuntura, foi tudo.
Depois até os maiores amigos eram agiotas já com provas dadas e foi só ver onde é que era bom deitar a mão. ...
Foi ao banco dos amigos até o deixar a tenir.
Como os bancos BANIF do amigo Horácio Roque e BCP do amigo Jardim Gonçalves secaram, tratou de se virar para a banca nacional CGD que também foi enrolada no grupo.
Aí foi sacar quanto quis para comprar tudo quanto quis.
Quintas das quais se destacam a Quinta do Bolido, no Bombarral, a Quinta da Bacalhoa em Azeitão Quinta de Santo António na Madeira, Museus e tudo o que lhe apeteceu.
O dinheiro não era problema, não era dele, podia comprar tudo o que lhe apetecesse.
E comprou...
Agora, quem paga?
É o Zé.
O Zé é que paga sempre tudo.
E o Estado?
O Estado fica a ver navios no Alto de Santa Catarina.
Que é como quem diz.
Fica a ver Braga por um canudo. Pode lançar uma hipoteca sobre o património do indivíduo em questão mas aí é que bate o ponto.
O património foi comprado por um valor muito superior ao valor real, muito mais do que ele vale e o estado agora só lhe restam uns miseráveis restos para lançar a a mão.
E nós?
A nós?
Resta-no deitar sa mãos à cabeça e arranhar-mos até arrancar os cabelos a pensar na maneira triste e despropositada como este país tem sido governado por mafiosos, agiotas, burlões e ladrões há trinta anos para cá.