Carta a mim mesmo.
Olá Lino.
Ando há uma data de tempo a pensar escrever-te para te falar de mim, para te dizer pouca coisa mas que quero que saibas.
Está tudo bem comigo, eu estou bem com a vida e com o mundo.
Estou calmo, sereno e poucas coisas me incomodam.
Não sou rico, não tenho uma grande reforma, mas acho que mesmo assim sou feliz.
Os meus problemas de saúde continuam e continuarão a fazer-me companhia até ao resto da minha vida mas estão controlados e enquanto eu puder não vou permitir que me descontrolem ou perturbem a minha existência.
Não tenho pena de nada que possa ter deixado por fazer e não tenho remorsos por nada do que fiz que podia ter feito melhor ou diferente. Estou bem, Estou bem comigo e com a minha consciência.
Respeitei ou pelo menos fiz sempre o possível por respeitar os compromissos que me foram colocados ou pelo menos fiz o possível e muitas vezes fiz quase o impossível para cumprir.
Fiz aquilo que alguém disse que para ser verdadeiramente um homem teria de fazer.
Plantar uma árvore, plantei centenas ou talvez milhares delas.
Fazer um filho, Fiz dois, que eu saiba.
Escrever um livro, escrevi uma coisa a que eu chamo um rascunho de um livro embora mais ninguém o conheça e esteja pouco mais do que começado.
De maneira que, já posso morrer que vou tranquilo com a consciência do dever cumprido mas não tenho pressa e não quero que seja para breve, seja quando calhar.
Uuuuuffff.
Beijinho grande para todos e um xi coração muito forte. Desejo do coração que estejam tão bem ou melhor do que eu e façam favor de ser felizes.