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baú das alembranças

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A escola dos meus filhos

Colégio particular.jpg

 

A livre escolha escolar

A escola para os meus filhos também fui sempre eu que a escolhi. Frequentaram sempre a escola pública num bairro de trabalhadores classe baixa, (Buraca), entalado entre um gueto degradado habitado maioritariamente por " pretos", (Cova da Moura), e outro gueto social habitado maioritariamente por "ciganos",(Zambujal), onde nunca perderam nenhum ano. 

Dali saíram diretamente para a universidade pública com médias para entrar sem problemas.
E isto porquê?
Unicamente porque eram e foram sempre alunos normais, filhos de pais normais, criados e educados em condições normais.
Já agora mais uma coisa. Os meus filhos tem hoje 36 e 40 anos e estão ambos formados e a trabalhar e nunca puseram os pés numa escola privada.
Eu não era, não sou, nem tenho a pretensão de ser rico, ou de viver acima das minhas posses. Eu era operário eletricista da construção civil, jamais poderia pagar-lhes escolas privadas.

Até porque tenho a certeza de que nas escolas públicas se ensina muito melhor do que nas privadas. Tenho muito orgulho nos meus filhos.

Colégios Privados & Companhia

 

colegios 2.jpg

 

Vamos ser claros.

Já estou enjoada dos colégios privados e dos seus argumentos, que não chegam a sê-lo.

Toda a vida houve colégios privados para quem tem dinheiro.

Não quer dizer que fossem melhores mas, nos primórdios do século, eram uma aceitação das famílias para o estudo das raparigas, sempre sob escolta, sempre sob uma vigilância enorme: uma saída para a "modernidade" das mulheres a estudar. Depois foi um nascer de colégios, sempre ao abrigo das ordens religiosas, para manter a decência.

Mas eram suportadas pelos pagamentos dos alunos e pelos dinheiros das ordens. Assim os Jesuitas, as doroteias, e outras menos representativas.
Habituaram-se.

Só que hoje as ordens descobriram que era mais fácil, nesta carestia, estar sob o guarda-chuva do Estado, mesmo laico, ou comunista, mas com dinheiro. E assim todo o "comércio" religioso está à sombra do Estado, quer através dos colégios, quer das IPSS existentes no País. Um negócio, aliás dois negócios excelentes: o do ensino e o da Segurança Social.
Tudo isso, a ser considerado privado, tem de deixar de depender do Estado.O privado é isso. Arriscar no negócio. Com guarda-chuva também eu.
Habituaram-se mal. Quem os habituou?

Cavaco Silva no seu melhor, com o lançamento das Universidades privadas chamadas " de papel e lapis", que deram, passados alguns anos, coisas perversas como a Moderna a Independente e outras.
Ora vamos ser claros.

A procura das famílias pelos colégios não tem a ver com a excelência do ensino ( valha-me Deus, deviamos estar a falar de aprendizagem e não de ensino), mas sim dos amiguinhos que os filhos terão que ficam para a vida toda ( nos colégios sempre são de outra classe social), do resguardo das raparigas ( ainda continua) como se nos colégios elas ficassem resguardadas, na procura das notas inflacionadas que lhes dão acesso aos cursos mais solicitados nas universidaes, na procura de mais tempo de permanência em actividaes extra-curriculares para os pais poderem fazer a sua carrera, o status social, e toda uma parafrenália de pensamentos que pertencem à nossa sociedade de parolos que ainda permanecem, completamente, nas expressões públicas de riqueza: os Panameras, os BMW, as joias do tamanho de ovos, as peles, as moradias com macacos no jardim, as férias em Punta Cana e outras enormidades iguais.
Modernizem-se.

No Norte da Europa existe a melhor escola do mundo. Pública`. É isso.
Se as ordens religiosas querem colégios, são ricas. Que os paguem com propinas ou com proventos próprios.

By autora desconhecida

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